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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Educação para o trânsito na opinião de Carlos Augusto Rangel da Silva - Instrutor de Trânsito - IDETRAN

E O NOSSO DEVER?

Por Carlos Augusto Rangel da Silva*

Na condição de condutor, e usuário das ruas de uma cidade com quase um milhão e meio de habitantes, seria normal imaginar que cometer pequenas infrações de trânsito estaria no meu direito. Direito? E o nosso dever. Por que não procuramos saber dos nossos deveres? Como a maioria dos motoristas nunca leram o Código de Trânsito Brasileiro, fica claro do porque de tantos acidentes. Para que aconteça um acidente, um dos envolvidos cometeu uma irregularidade e eu estou falando de falha humana. Nos interessamos por tudo que acontece nas novelas ou ficamos sabendo quem casa ou descasa no mundo das “celebridades”. Mas temos dificuldade de entender a mecânica do trânsito, que é formada pelo condutor, via e veículo. Deveríamos incluir também o pedestre que é peça importante para a boa fluidez do trânsito, desde que ele faça sua parte atravessando na faixa de pedestre em linha reta se possível, não atravessar a rua correndo, andar somente pela calçada, etc. Já o condutor, teria que ser mais informado sobre as regras de circulação. Quanto as vias, o problema é de engenharia de tráfego mesmo. Pois muitas ruas são estreitas ou permitem estacionamento dos dois lados, o que causa uma série de dificuldades principalmente os veículos estacionados a menos de cinco metros do bordo do alinhamento da via transversal. Com o veículo, o cuidado é fundamental, vai desde possuir Carteira Nacional de Habilitação, passando pela proibição de fazer reparos em via pública e sempre mantê-lo abastecido. Mas isto não interessa muito, interessa mesmo é saber se o seu time ganhou a partida da rodada passada. Gastamos dinheiro com tantos, jornais, revistas, sorvetes, cinema, cigarros, loterias, mas nunca compramos em toda nossa vida, um exemplar do Código. E olha, nem precisa comprar, hoje em dia é só procurar na internet. Mas voltando ao nosso assunto, este fenômeno da desinformação se verifica no país todo. E o pior é ao assistirmos televisão domingo à noite ou ao abrirmos os jornais na segunda-feira e ler as manchetes sobre recordes de acidentes de trânsito e contar as vítimas. Mas como achamos que isto não vai acontecer conosco, não damos a devida importância. Até que acontece, aí o mundo desaba e queremos por a culpa em todos. Dos engenheiros que construíram as estradas sem o devido cuidado de verificar os locais mais perigosos aos legisladores que aprovam leis brandas, mas esquecemos das nossas culpas quando permitimos que amigos bebam e saiam com seus carros pelas ruas, e pior, muitas vezes pegamos carona e não percebemos que a sorte está lançada. Só nos damos conta das bobagens da noite anterior, no dia seguinte, mas aí não importa muito, pois estamos vivos.


*Instrutor de Trânsito

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